Pensamento de um português suave:Penso logo desisto...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Na Primeira Pessoa


Na Primeira Pessoa


Que estaríam os meus pais a pensar
Enquanto eu era fecundado?
Num colo que me iría embalar
Ou tão sómente me víam
Como um bebé abortado?!

Bastou apenas um momento!
Aventura sem precaução,prazer?
Um impulso sem pensar
Deu início à minha vida
A vida que iríam roubar...

A parte frágil sou eu!
Eu, que nada fiz de mal
Numa luta desigual
Ouço dizer os meus pais
Que abortar-me é mais sensato!!

Com armas tão desiguais
Eu, tão frágil... lá parto!!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Dos Ratos e Dos Homens

Guardei religiosamente uma revista da Grande Reportagem,já lá vão uns dois anos,onde nos deram a conhecer a "vida" no bairro 6 de Maio.Não sei que adjectivo usar para classificar a reportagem"Show de bairro"(GR230).A minha imaginação percorreu vários,mas nenhum cabe no excelente trabalho a não ser o próprio:"Excelente"! Os sentimentos confusos atrapalham-me o jeito de folhear as páginas.Apesar de entender que a vida no bairro 6 de Maio gira em torno da droga,violência,prostituição,que é um mundo à parte,muito fechado,não deixei de experimentar um sentimento muito especial por esse "mundo"onde as ratazanas partilham a cama e o prato dos habitantes,as brincadeiras dos meninos se resumem a desafios e fugidas à polícia, jovens com idade para saborear saudavelmente a vida se lambuzam com ganza, e os velhos dão espaço ao dia do juízo final,sem perceber onde ficou a felicidade-se alguma vez existiu.Bairros problemáticos,onde o medo impera,pessoas problemáticas,que muitos julgam e tratam abaixo do valor das ratazanas.E onde fica o lado humano?Esquecido.Só não o esquece quem vive abaixo do limite da miséria, como no 6 de Maio,onde alguns sobrevivem com o Rendimento Social de Inserção em troca da inserção na sociedade.Sei que é utopia,mas seria bom que algum governante levasse para a sua secretária envernizada os filhos do 6 de Maio...

domingo, 11 de novembro de 2007

O país a preto e branco

A preto e branco
Relembro o tempo do silêncio
Dos meninos que foram à guerra
Do medo,do sofrimento,da censura
Enfim,o tempo da ditadura...

De repente a multi-cores
A Revolução, os cravos
O cheiro, o sabor da liberdade
O fogo de toda a mudança
A luta pela igualdade
Um país cheio de esperança...

Um momento na nossa História
Que encheu o país de glória

Trinta e três anos passados
E os nossos (des)governantes
Fazem-nos dormir acordados
Com os nossos sonhos distantes...

Já despida de ilusões
Perdida entre milhões
Vejo a cor que debotou
E que a esperança se esfumou...

Depois de contabilizado
É negativo o balanço!
Não quero voltar a ver
O meu país a preto e branco...
A comunicação virtual é a única forma de nos expressarmos livremente, o que não se compreende num país que se diz democrático!Desapareceu o chamado "lápis azul" mas a censura continua a existir embora de forma disfarçada.Quando expressamos as nossas opiniões em jornais que destinam uma página à opinião do leitor vemos por vezes os trabalhos com cortes ou remendos,ou simplesmente não publicados,escudando-se os mesmos no chamado princípio deontológico,quando na verdade o que interessa publicar é o políticamento correcto.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Caros bloggers:

Este espaço é mais uma ferramenta ao serviço das ideías de cada um, onde sem amarras possamos denunciar injustiças,apresentar soluções,quiçá talvez com humor.